Toma Lá, Dá Cá entre PMDB e PT
O vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), assinou nesta quinta-feira um acordo sobre os apoios nas eleições para a presidência da Câmara com o PT. No primeiro biênio do mandato da presidente eleita, Dilma Rousseff, o PMDB dará apoio ao candidato do PT à presidência da Câmara. Para o segundo, será a vez do PT apoiar o nome indicado pelo PMDB.
O acordo foi encaminhado para o presidente do PT, José Eduardo Dutra. Na semana que vem, a bancada petista deve definir o nome da sigla a ser indicado para a presidência da Casa. Há pelo menos candidatos: o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, o ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (SP) e o atual vice-presidente da Câmara, Marco Maia (RS).
Líder tucano critica disputa pela Câmara
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, João Almeida (BA), criticou a disputa entre PT e PMDB pela presidência da Casa. Almeida disse que a briga interna enfraquece o Legislativo e faz prevalecer a vontade do Executivo. O líder afirmou que a presidência da Câmara deve refletir o tamanho das bancadas eleitas.
"Sempre lutamos para que a presidência da Casa refletisse o resultado das urnas. Não tem cabimento turvar o resultado da urna com formação de blocos. Toda vez que realizamos essas disputas desvalorizamos o Legislativo porque abre a possibilidade de o executivo entrar e dar as cartas", disse.
Almeida afirmou que a oposição não vai formar um "blocão" para lançar um candidato à presidência da Câmara. No entanto, ele não descartou completamente a possibilidade. "A circunstância pode nos levar a isso, mas não é a intenção nem o propósito", afirmou.
A posição do partido foi discutida nesta quinta-feira com integrantes da bancada na Câmara dos Deputados. Almeida afirmou que o PSDB vai passar por uma "reestruturação" em 2011. "Temos que renovar a estrutura organizacional para ampliar quadros de filiados e militantes, realizar convenções regularmente, evitar prorrogações de mandato e acabar com a ideia de que o partido só existe para as eleições", declarou.
A liderança do partido vai se reunir para eleger o próximo líder da bancada na Câmara no dia 26 de janeiro. Estão na disputa os deputados Duarte Nogueira (SP), Otávio Leite (RJ) e Paulo Abi-Ackel (MG).
Líder do PSDB: qualquer hora Dilma confirma Lula como ministro
Após reunião da bancada tucana da Câmara dos Deputados, o líder do PSDB na Casa, João Almeida (BA), criticou a formação dos ministérios do próximo governo. Para o tucano, todas as indicações confirmadas até agora pela presidente eleita Dilma Rousseff foram feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Tenho a sensação de que a qualquer hora dona Dilma vai confirmar o Lula como ministro", disse.
"Eu não daria essa receita de formação de ministério, não só pela pluralidade mas pela influência que estão tendo os organizadores do ministério, evidente que a maioria é da indicação do Lula", afirmou.
Almeida criticou a quantidade de ministérios criados por Lula e a formação de novas pastas por Dilma. "No tempo de Tancredo era mais econômico, eram 17 ministérios, agora serão 38 ou mais. Não dá pra saber, por exemplo, o que pode ser essa Secretaria de Assuntos Estratégicos. Fácil é saber o que é, vai agregar funções de saneamento e não sei mais o quê, vai virar outro ministério", disse.
Ministros anunciados
Nesta quarta-feira, Dilma nomeou 10 ministros para seu futuro governo, entre os quais estão cinco do PMDB e três mulheres.
Fonte: Portal Terra
Nosso Comentário:
Dilma terá possivelmente dificuldades para governar, justamente porque o PMDB é um daqueles partidos viciados por cargos e verbas, por isso que ele sempre muda para o lado mais favorável. Foi assim com Fernando Henrique (FHC), com Lula e está sendo com Dilma. Como vimos, o time de Sarney recebeu cinco ministérios além de sugestões para numerosos cargos de 2º escalão além de algumas estatais e mesmo assim é visível a insatisfação por parte do PMDB. A diferença agora está justamente na capacidade de liderar do presidente que sai para o que entra, Lula um calejado em negociações sindicais soube contornar bem as crises em Brasília, mas não sei se Dilma ainda caloura no ramo, terá a mesma liderança para domar tantos leões famintos por cargos e verbas.
Por: Renato Melo
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