Vettel domina em Abu Dhabi, seca Alonso e arranca o título da Fórmula 1
Espanhol da Ferrari chega apenas em sétimo e vê a festa do alemão da RBR, que se torna o mais jovem campeão da história da categoria, aos 23 anos.
Sebastian Vettel chegou a Abu Dhabi sem nenhuma intimidade com o topo da tabela da Fórmula 1. O alemão da RBR não liderou a temporada em momento algum e entrou na última prova do ano como azarão para conquistar o título. Foi apresentado à liderança na hora certa, disse “muito prazer” e levantou uma taça que parecia improvável. Vettel largou na pole neste domingo, não olhou mais no retrovisor e empurrou a enrascada para quem vinha atrás. Ainda tinha de secar o bicampeão Fernando Alonso, que só precisava chegar em quarto lugar para ser tri. Parecia fácil para a Ferrari, mas não foi. O espanhol sofreu com os intrusos à sua frente e cruzou apenas em sétimo. Aos 23 anos, o alemão torna-se o piloto mais jovem a erguer um troféu da categoria.
Dono de 10 pole positions no campeonato de 2010, Vettel nunca precisou tanto confirmar a rapidez da sua RBR. No circuito da Yas Marina, só abriu mão do primeiro lugar por alguns instantes, quando parou nos boxes. E contou com a sorte de ver Alonso engarrafado lá atrás. Na temporada que começou com a notícia bombástica do retorno de Michael Schumacher, a Alemanha vibra com a ousadia de um garoto que tem idade para ser seu filho. O novíssimo campeão.
Despedida melancólica de Alonso
O espanhol ainda saiu da temporada pela porta dos fundos. Dentro da pista, após a bandeirada, reclamou com Petrov, que não lhe facilitou a vida. Saiu do carro vaiado, enquanto o russo era aplaudidíssimo por ter segurado o piloto da Ferrari na maior parte da prova. Fernando foi o único a não cumprimentar Vettel após a corrida, e a escuderia italiana sumiu da festa do pódio, que geralmente tem representantes de todos os times: não havia um macacão vermelho sequer.
Àquela altura, claro, o alemão não estava nem aí para o chororô da Ferrari. Choro genuíno foi o seu, feito criança, pelo rádio. Ainda ao volante, agradeceu à RBR. No pódio, com os cabelos rebeldes bagunçados, ergueu os braços, levou as mãos ao rosto duas vezes e encheu os olhos d'água. Tomou um banho de champanhe de Button e Hamilton, justamente os dois campeões anteriores. Está passada a faixa. A Fórmula 1 tem um novo campeão. O mais novo de todos os tempos.
Fonte: Globo.com: http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2010/11/vettel-domina-em-abu-dhabi-seca-alonso-e-arranca-o-titulo-da-formula-1.html
Comentário do Blog:
A vitória de Vettel hoje mostrou que é possivel existir ética dentro da categoria e respeito ao torcedor. Muitos questionaram que a Red Bull Racing (RBR) deveria adotar uma política de privilégio para beneficiar um piloto e assim conquistar com mais facilidade o título. A resposta do dono da equipe foi "não", ele argumentou que no esporte a vitória deve ser definida dentro do teatro de operações e não com manipulações de posição ou resultados.
Lições deste campeonato:
Com a decisão de não privilegiar Webber, já que era o piloto da RBR com mais ponto no campeonato, possibilitou a Alonso ser mais do que nunca o favotito ao título. Mas essa decisão de não mandar Vettel deixar Webber passar a frente no grande prêmio do Brasil, fez com que Vettel ganhasse uns pontinhos a mais e deixar o campeonato mais embolado e levar a decisão para o GP de Abu Dhabi.
Lição 1: O fato de não privilegiar A ou B, deu a RBR a possibilidade de ter dois pilotos disputando o título até a última prova.
Lição 2: Se a RBR tivesse invertido posições no brasil para beneficiar Webber, devido a sua colocação hoje na corrida, o campeão teria sido Alonso.
Lição 3: É possivel ser campeão com ética, com transparência e respeito aos milhares de torcedores espalhados pelo mundo. A FERRARI tem que aprender essa lição, pois os interesses de uma equipe devem respeitar a ética e o bom senso dentro do esporte.
Lição 4: Alonso deveria saber perder, foi muito feio quando ele esbravejou com o piloto de outra equipe que estava a sua frente por não deixá-lo passar, talvez seja o costume que deu a ele esse direito de reclamar.
Por: Renato Melo
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